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Renata Vasconcellos

Paralisia Facial e a fisioterapia como tratamento


Nosso corpo possui 12 pares de nervos cranianos, que nascem no sistema nervoso central (cérebro) e seguem para regiões da cabeça e pescoço sem passar pela medula espinhal. Dizemos pares, pois cada nervo craniano é composto por 2 nervos originados em um dos lados do cérebro, dirigindo-se cada um para um lado do crânio. Podemos citar, como exemplo, o nervo óptico, que transmite as imagens dos olhos para o cérebro, e o nervo olfatório, que faz o mesmo com os odores captados pelo nariz.

O nervo facial é um desses 12 pares, e a paralisia facial periférica, do tipo idiopatico, também chamada de paralisia de Bell ou A frigore, consiste de acometimento desse nervo de forma aguda, podendo ser precedida por dor na região mastoidiana, resultando em paralisia completa ou parcial da mímica facial. Podem estar associados distúrbios da Gustação, salivação e lacrimejamento, além de hiperacusia desagradável (sensibilidade ao som) e hipoestesia (diminuição da sensibilidade em determinada região). 

Estima-se que a incidência de paralisia de Bell seria de 20-30 casos por 100 mil habitantes, com prevalência ligeiramente maior entre as mulheres. 

Os fatores de risco relatados para a paralisia são: hipertensão arterial, diabetes, gravidez e puerpério, e a infecção pelo vírus herpes tipo I. 

O grau de recuperação da função do nervo facial depende da idade do paciente, do tipo de lesão, da etiologia, nutrição do nervo, comprometimento neuromuscular e terapêutica instituída. 

O tratamento requer abordagem médica, fisioterapêutica e fonoaudiológica. A fisioterapia é indispensável com o objetivo principal de restabelecer o trofismo, a força e a função muscular. 

Embora seja comum uma piora do quadro nas primeiras 48 horas, a maioria dos pacientes evolui para a recuperação dentro de algumas semanas. 

Os recursos sugeridos pela literatura são: cinesioterapia, massagem e eletrotermoterapia. 

No entanto, vale ressaltar que a eletroestimulação neuromuscular tem sido abandonada para o tratamento da paralisia facial devido à possibilidade de ser a responsável por um aumento de tetanias (contração muscular involuntária) e hipertonias (aumento da rigidez), que por sua vez desencadeiam sincinesias (contração muscular involuntária que ocorre com o movimento voluntário de um grupo muscular diferente). Em substituição a esse tratamento, tem sido utilizados o trabalho muscular analítico e técnicas de alongamento muscular. 

Como orientação domiciliar, além dos exercícios realizados na fisioterapia, o paciente pode realizar alguns exercícios, como por exemplo:

- Fazer bolinhas de sabão - Encher balões de ar - Fazer caretas

Estes exercícios, pouco a pouco, fortalecerão a musculatura da boca e facilitarao a realização de movimentos com os músculos da face. Eles devem ser realizados diariamente durante o tratamento, mas não isentam a necessidade de realizar as sessões de fisioterapia.

Ainda tem dúvida? Fale com a gente!

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